Ficção de polpa - Aventura


Desde criança, como já escrevi por estas paragens, que eu tenho a mania de vasculhar as prateleiras de livrarias. Olho lombadas, por títulos instigantes, procuro capas que sejam interessantes e por fim, dou uma folheada atrás de uma frase que me prenda. Mesmo com o advento dos livros digitais, e meu Kobo é testemunha destes novos tempos, os livros ainda me apaixonam, por que na minha opinião, para competirem com os próprios leitores eletrônicos, tiveram que reinventar-se.

Hoje os livros trazem capas com relevos, páginas cuidadosamente armadas, para dar o máximo destaque ao texto, e ainda criar o clima para a leitura. Os livros da Nerdbooks são exemplos disso, com marcas de café, marcas de caneta, destacados e grifados, como se os livros, seus manuais de sobrevivência, fossem de fato, herdados de não comprados novos na loja.

Outra editora, mais convencional que a NerdBook, pelo simples fato de estar nas grandes livrarias, é a Não Editora. Seus livros, coletâneas de 5, 6 contos brasileiros e um traduzido, sempre amarrados com um tema, trazem de volta aquele clima das revistas de aventuras, literatura de banca de jornal tipicamente voltada para adolescentes, com textos leiautados em duas colunas por página, comerciais que vão desde os anos 30 aos anos 80 do século passado permeiam as páginas, trazendo ainda mais clima para o livro, que por fim, ainda é ricamente ilustrado, da capa a apresentação de cada um dos contos. Os comerciais, particularmente, vão desde o Video-Game Atari, até coisas: Dê uma Colt para sua irmã, proteja quem você ama!

A Não editora já está no seu quinto volume de sua "revista" de aventuras, a edição última, de dezembro, traz o paradoxo do visual de antigamente, mas seus textos são tão atuais ao ponto de incluírem a base militar do polo sul brasileira, que incendiou-se em 2012. Há espaço ainda para os textos de época, seja da segunda guerra, filmes da temática de Parque dos Dinossauros e aventuras no Brasil virgem, desbravado por bandeirantes, e outros mais.

De encadernação elegante, que não quebra nem torce a lombada (diferente das revistas da Abril, por exemplo, tão caras, e tem que usar luvas e cuidado para folhear sem estragar a lombada), a "revista" bimestral orquestra bons textos, boas ilustrações, comerciais estrategicamente escolhidos, um texto traduzido por organizador da coletânea e tudo muito bem amarrado por um tema por edição e um extra "Ao leitor voraz", que recomenda outros livros, três para cada conto publicado, para aqueles que quiserem ler mais enquanto esperam a próxima publicação.

A Não Editora só é negativa em seu nome, no mais, é uma editora formidável, revolucionária justamente por restaurar aquele clima gostoso e acolhedor, da leitura de antigamente. Recomendo.

Para comprar os livros na web: http://www.facebook.com/naoeditora?sk=app_206803572685797&app_data=283014

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Comentários

Editora Delearte disse…
Acho que o nome Não Editora traz consigo implícito o conceito de "não comercial", ou "nós não publicamos 50 tons de nada; queremos que você aprenda a gostar de leitura mesmo!"

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